Aumenta contestação <br>ao Processo de Bolonha
A implementação do Processo de Bolonha constituiu um dos temas mais abordados pelos participantes na conferência, alertando para as consequências não só para os estudantes, mas também para o sistema de ensino português.
Em nenhuma escola os estudantes foram consultados sobre a introdução deste conjunto de alterações, num processo que Ricardo Vaz, do Instituto Superior Técnico, de Lisboa, classificou como anti-democrático. «O primeiro ciclo servirá para formar mão-de-obra barata para o mercado de trabalho», assegurou, referindo que este ano a escola sofreu um corte de 6 por cento no financiamento e que as propinas da licenciatura são de 900 euros e as do mestrado de 8 mil euros.
Catarina Mendo, da Universidade do Minho, sublinhou que, com a redução das licenciaturas para três anos, muitos estudantes serão obrigados a concluir o segundo ciclo (mestrado) para exercer as suas profissões, nomeadamente os professores. «Os estágios também são eliminados, o que torna muito mais difícil entrar no mercado de trabalho», acrescentou.
Também Rui Lopes, da Escola Superior de Educação de Viseu, abordou o fim dos estágios curriculares e remunerados. Muitas entidades patronais chegam a despedir trabalhadores para abrigar estagiários sem salários e assim aumentar os seus lucros. «Os estagiários são vítimas de uma tripla exploração: pagam para estudar, pagam para trabalhar e não recebem ordenado. Quem trabalha como os outros deve ser remurado como os outros», afirmou.
Outras desvantagens foram referidas, nomeadamente a ausência nos mestrados de órgãos pedagógicos, fundamentais para resolver problemas, definir os calendários e tomar decisões.
O Processo de Bolonha afecta igualmente o dia-a-dia nas escolas. Na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, por exemplo, muitas aulas já são dadas em inglês e os manuais são vendidos na mesma língua. Além disso, o número de aulas práticas foi reduzido. Henrique Castro referiu ainda a forte ofensiva ideológica desenvolvida pelos professores, «tentando descredibilizar as políticas de esquerda».
A própria forma como a implementação está a ser feita está a prejudicar os estudantes. Na Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, nas inscrições para este ano lectivo, muitos alunos depararam-se com cadeiras em atraso que não existiam e com o desaparecimento de outras a que pretendiam fazer melhoria de nota.
Como salientou Ana Almeida, da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, «Bolonha não é irreversível. Temos novas acções de protesto em preparação. Cada luta é sempre um passo significativo para que a dinâmica da lura seja consequente e tenha resultados». Vítor Vilaça, da Faculdade de Direito de Coimbra, acrescentou que «muitos estudantes vêem com simpatia as nossas propostas».
Em nenhuma escola os estudantes foram consultados sobre a introdução deste conjunto de alterações, num processo que Ricardo Vaz, do Instituto Superior Técnico, de Lisboa, classificou como anti-democrático. «O primeiro ciclo servirá para formar mão-de-obra barata para o mercado de trabalho», assegurou, referindo que este ano a escola sofreu um corte de 6 por cento no financiamento e que as propinas da licenciatura são de 900 euros e as do mestrado de 8 mil euros.
Catarina Mendo, da Universidade do Minho, sublinhou que, com a redução das licenciaturas para três anos, muitos estudantes serão obrigados a concluir o segundo ciclo (mestrado) para exercer as suas profissões, nomeadamente os professores. «Os estágios também são eliminados, o que torna muito mais difícil entrar no mercado de trabalho», acrescentou.
Também Rui Lopes, da Escola Superior de Educação de Viseu, abordou o fim dos estágios curriculares e remunerados. Muitas entidades patronais chegam a despedir trabalhadores para abrigar estagiários sem salários e assim aumentar os seus lucros. «Os estagiários são vítimas de uma tripla exploração: pagam para estudar, pagam para trabalhar e não recebem ordenado. Quem trabalha como os outros deve ser remurado como os outros», afirmou.
Outras desvantagens foram referidas, nomeadamente a ausência nos mestrados de órgãos pedagógicos, fundamentais para resolver problemas, definir os calendários e tomar decisões.
O Processo de Bolonha afecta igualmente o dia-a-dia nas escolas. Na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, por exemplo, muitas aulas já são dadas em inglês e os manuais são vendidos na mesma língua. Além disso, o número de aulas práticas foi reduzido. Henrique Castro referiu ainda a forte ofensiva ideológica desenvolvida pelos professores, «tentando descredibilizar as políticas de esquerda».
A própria forma como a implementação está a ser feita está a prejudicar os estudantes. Na Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, nas inscrições para este ano lectivo, muitos alunos depararam-se com cadeiras em atraso que não existiam e com o desaparecimento de outras a que pretendiam fazer melhoria de nota.
Como salientou Ana Almeida, da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, «Bolonha não é irreversível. Temos novas acções de protesto em preparação. Cada luta é sempre um passo significativo para que a dinâmica da lura seja consequente e tenha resultados». Vítor Vilaça, da Faculdade de Direito de Coimbra, acrescentou que «muitos estudantes vêem com simpatia as nossas propostas».